domingo, 29 de março de 2009

Pensando a violência escolar

Me pus a pensar sobre o surto de violência explícita nas escolas, bastante divulgada pelos meios de comunicação de massa ultimamente. A violência no âmbito escolar tem sido assunto freqüente em teses e artigos acadêmicos, mas também circula intensamente nas salas dos professores, grupos de discussão da web, blogs e outros espaços de interação.

Nos acostumamos a pensar a violência escolar relacionando-a a ações como: a depredação do espaço escolar, as ameaças ao corpo docente e gestores da escola, as brigas, a insubordinação. Atualmente, soma-se a essa gama de práticas violentas a violência simbólica, que se situa tanto na relação aluno/aluno (bullying), como também nas relações aluno/professor e aluno/corpo técnico pedagógico escolar. Não podemos nos esquecer de ressaltar a intervenção violenta de pais, também significativa.

A escola reflete a violência que acontece fora dela, mas também produz a sua própria. Segundo Bernard Charlot, violência é o nome que se dá a um ato, uma palavra, uma situação, etc., em que um ser humano é tratado como um objeto, sendo negados seus direitos e sua dignidade de ser humano, de membro de uma sociedade, de sujeito insubstituível. Assim definida, a violência é o exato contrario da educação, que ajuda a advir o ser humano, o membro da sociedade, o sujeito singular.

A “sacrossanta” instituição da escola, na verdade, é um manancial de relações conflituosas decorrente, principalmente, da massificação do ensino que gerou um aumento significativo de alunos nas escolas, que se traduz em maior número de idéias, de valores, de culturas e vivências: heterogeneidade.

O professor, que até outrora era preparado para atuar como um transmissor de conteúdo, contando com um controle disciplinar que implicava medidas punitivas e repressivas, diante dessa nova realidade, percebeu-se despreparado para lidar com situações conflitantes no interior das escolas.

Essas relações conflituosas podem se tornar o foco gerador da violência escolar. O modelo de gestão democrática da educação, com a participação da comunidade na rotina escolar representa um avanço na descentralização da escola e, consequentemente, um maior envolvimento de outros sujeitos no processo educativo e na tomada de decisões. Dessa forma, a escola torna-se a mediadora da comunidade, mediadora dos conflitos, implicando na diminuição da incidência da violência.

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